sábado, 10 de setembro de 2011


Se és capaz de manter tua calma, quando,


todo mundo ao redor já a perdeu e te culpa.


De crer em ti quando estão todos duvidando,


e para esses no entanto achar uma desculpa.






Se és capaz de esperar sem te desesperares,


ou, enganado, não mentir ao mentiroso,


Ou, sendo odiado, sempre ao ódio te esquivares,


e não parecer bom demais, nem pretensioso.






Se és capaz de pensar - sem que a isso só te atires,


de sonhar - sem fazer dos sonhos teus senhores.


Se, encontrando a Desgraça e o Triunfo, conseguires,


tratar da mesma forma a esses dois impostores.






Se és capaz de sofrer a dor de ver mudadas,


em armadilhas as verdades que disseste


E as coisas, por que deste a vida estraçalhadas,


e refazê-las com o bem pouco que te reste.






Se és capaz de arriscar numa única parada,


tudo quanto ganhaste em toda a tua vida.


E perder e, ao perder, sem nunca dizer nada,


resignado, tornar ao ponto de partida.






De forçar coração, nervos, músculos, tudo,


a dar seja o que for que neles ainda existe.


E a persistir assim quando, exausto, contudo,


resta a vontade em ti, que ainda te ordena: Persiste!






Se és capaz de, entre a plebe, não te corromperes,


e, entre Reis, não perder a naturalidade.


E de amigos, quer bons, quer maus, te defenderes,


se a todos podes ser de alguma utilidade.






Se és capaz de dar, segundo por segundo,


ao minuto fatal todo valor e brilho.


Tua é a Terra com tudo o que existe no mundo,


e - o que ainda é muito mais - és um Homem, meu filho!



Rudyard Kipling

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